LABORATÓRIO DO FUTURO EM VENEZA - The Traveller
Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Sem cookies para mostrar.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Sem cookies para mostrar.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Sem cookies para mostrar.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Sem cookies para mostrar.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Sem cookies para mostrar.

Veneza é sempre notícia. Em maio de 2023, fotos de seus canais secos, reflexo de uma severa estiagem, circularam aos montes. Durante a pandemia, o retorno de peixes e cisnes às águas, que voltaram a ser cristalinas graças à menor movimentação de barcos, viralizou também. Sem contar a eterna especulação sobre a suposta data em que a Sereníssima vai afundar de vez.

Parodiando o escritor Tiziano Scarpa, autor do guia cultural Venice is a Fish, Veneza é um peixe que sempre cai na rede. E nunca sai da mira dos viajantes.

Scarpa alerta seus leitores para a “radioatividade estética” projetada pelas construções e obras de arte da capital do Vêneto. Como se esse acervo permanente não bastasse, até novembro há uma atração de peso a mais: a 18ª Bienal de Arquitetura, que traz, pela primeira vez, a Exposição Geral sob a curadoria de uma mulher negra – a arquiteta, acadêmica e romancista Lesley Lokko, escocesa de ascendência ganesa.

Padiglione Centrale Giardini Francesco Galli

O tema escolhido por ela, Laboratory of the Future, provoca o evento a se colocar como um agente de mudança. Na prática, realiza essa ambição ao voltar os holofotes para a produção arquitetônica na África ou feita por arquitetos da diáspora africana (termo que se refere aos movimentos migratórios forçados pela escravização). Em números: dos 89 participantes escolhidos pela curadoria, metade tem essa origem. Um olhar para o passado e o presente em busca de um futuro mais igualitário.

ARSENALE E GIARDINI

O espaço expositivo mais próximo do centro, no bairro Castello, é o Arsenale, antigo estaleiro de estilo bizantino cujo conjunto de armazéns foi convertido, nos anos 1980, em centro de exposições. O passeio por ali oferece mais uma chance de entrar em contato com a cultura naval veneziana (para quem se interessa pelo tema, vale a visita ao Museo Storico Navale, localizado nos arredores). Além de abrigar o braço da ExposiçãoGeral batizado Dangerous Liasions, o Arsenale acolhe parte das mostras realizadas pelas representações nacionais (neste ano, são 63). Argentina, China, Cingapura e Itália terão seus espaços hospedados por lá.

Gaggiandre: dois estaleiros construídos entre 1568 e 1573 convertidos em espaços expositivos Andrea Avezzù/Courtesy of La Biennaledi Venezia

Um olhar para o passado e o presente em busca de um futuro mais igualitário.

Lesley Lokko, responsável pela curadoria da Bienal Jacopo Salvi
Procuratie Vecchie, edifício erguido no século 16 Alessandra Chemollo
Escada do Procuratie Vecchi Alberto Parise

No mesmo bairro, mais a leste, na ponta da ilha voltada para o Lido, está o Giardini della Biennale. Trata-se de um parque inaugurado por Napoleão Bonaparte no começo do século 19 cujo Pavilhão Central é a sede da Biennale desde sua primeira edição, em 1895, quando a instituição lançou a mostra dedicada à arte (depois vieram as de cinema, teatro, arquitetura, dança e música). Além da construção principal, que guarda o núcleo duro da Exposição Geral, chamado Force Majeure, o lugar tem edificações permanentes que são verdadeiras joias da arquitetura moderna, e abrigam mais algumas representações nacionais. Exemplos?

Os pavilhões da Holanda (de Gerrit Rietveld), da Finlândia (Alvar Aalto) e da Venezuela (desenhado pelo italiano Carlo Scarpa). No brasileiro, assinado por Giancarlo Palanti e Henrique Mindlin, acontece a exposição Terra, que apresenta elementos das habitações populares brasileiras. Todo forrado de terra, o piso evoca também a tradição das moradias indígenas, quilombolas e sertanejas, além dos terreiros de candomblé. A contribuição brasileira tem a curadoria dos arquitetos e pesquisadores Gabriela de Matos e Paulo Tavares, com a colaboração do grupo de estudos EtniCidades (da Universidade Federal da Bahia), do coletivo Fissura, do terreiro Casa Branca do Engenho Velho e de alguns povos indígena.

Brasil na Bienal: cena da videoinstalação de Ayrson Heráclito, 2015 Bastien Defives / transit

ALÉM DA BIENNALE

Amantes de arquitetura têm mais atrações ao seu dispor. Em plena Praça São Mar-cos, concluiu-se recentemente o restauro da Procuratie Vecchie, um prédio cívico do século 16 que foi comprado pelo grupo mundial de seguros Generali e agora, pela primeira vez, está parcialmente aberto ao público. A intervenção leva a assinatura do britânicoDavid Chipperfield, agraciado neste ano como Pritzker, mais importante prêmio mundial da arquitetura

Outros arquitetos famosos contempla-dos anteriormente pela mesma premiação já deixaram sua marca em Veneza. O japonês Tadao Ando assina a restauração da Punta Della Dogana, antigo edifício alfandegário, hoje lar da coleção Pinault, do bilionário francês François Pinault. Já o italiano Renzo Piano responde pela Fondazione Vedova, velho armazém que exibe as obras em grande formato do artista Emilio Vedova – é interessante notar como o projeto resolveu os equipamentos para deslocar as telas gigantes.

Por fim, mais duas obras do modernista Carlo Scarpa (mesmo autor do pavilhão venezuelano no Giardini): o showroom da Olivetti e a fundação Querini Stampaglia.A forma como ele trabalha os materiais, especialmente pisos e mosaicos, é algo que inspira as novas gerações de profissionais até hoje. Scarpa dirigiu a tradicional fábrica de vidros Venini – desnecessário lembrar que o tour em Murano está entre os programas mais típicos dessa viagem.

Em tempo: a cidade já aprovou – mas ainda não implantou – a cobrança de uma taxa para quem só fica uma noite, a fim de desestimular o turismo desenfreado (na alta estação, o número de turistas pendulares já chegou a 100 mil). Sobram motivos para permanecer mais tempo. Aproveite-os.

TERESA PEREZ INDICA

Reserve com a Teresa Perez

Onde Ficar

Ca’ Sagredo Hotel

Situado em um elegante edifício do século 16 e com belas vistas para o Grand Canal, o Ca’ Sagredo conta com acomodações decoradas em estilo tipicamente veneziano, com móveis de época e obras originais, tanto nos quartos quanto nas áreas comuns. No restauranteL’Alcova, além da vista panorâmica, os hóspedes poderão desfrutar da típica cozinha de Veneza.

Hotel Cipriani, A Belmond Hotel, Venice

O estilo veneziano é evidenciado em cada detalhe dos confortáveis apartamentos e suítes. A propriedade inclui os anexos Palazzo Vendramim e Palazzetto, que abrigam suítes com vista para a Piazza San Marco (Praça de São Marcos). Vistas deslumbrantes, o serviço impecável e a alta gastronomia criam uma atmosfera calma, perfeita para momentos de romance.

    Voltar ao Topo