Já foram muitas as emoções que vivi esquiando. É uma das minhas atividades preferidas, seja para me desafiar em algumas das maiores montanhas da Europa e dos Estados Unidos, seja para me divertir em família. Essa é a graça dos destinos de inverno – há sempre uma combinação irresistível de montanhas nevadas, enormes áreas esquiáveis e atrativos dentro e fora das pistas demarcadas, que agradam a todos os públicos.
Qualquer lista de melhores resorts de esqui que se preze terá Aspen Snowmass, Courchevel, Gstaad ou St. Moritz. No Hemisfério Norte, essas estações – e outras tantas espalhadas em países como França, Itália, Suíça, Canadá e Estados Unidos – são, além de famosas, verdadeiras unanimidades, e estão entre as mais celebradas do mundo.
As temporadas de neve, dependendo do destino, têm início no final do mês de novembro e costumam se estender até meados de abril, sempre com novidades. Em quase todos os países a neve é de alta qualidade, uma vez que as grandes altitudes garantem excelentes pistas. A experiência se completa com a moderna infraestrutura e os hotéis de alto padrão.
Porém, há estações na Europa e nos Estados Unidos que, ainda que menos badaladas, propõem experiências de alto nível nos esportes de inverno, com sofisticação acompanhada de atmosfera convidativa antes ou depois de esquiar. Em todas, a sensação de uma vivência única está presente para o visitante de primeira viagem e também para aquele que já se acostumou a passar as férias esquiando.
GARANTIA DE DIVERSÃO E EMOÇÃO PARA TODOS
Para esses, que já têm alguma intimidade com a neve e estão sempre querendo um pouco de adrenalina, há muito a aproveitar. O heli-ski, por exemplo, é daquelas experiências marcantes para qualquer esquiador. Embarcar em um helicóptero e pousar no topo de uma pista, em um lugar remoto, a que poucos têm acesso, dá a sensação de explorar terras desconhecidas, sem falar na vista exclusiva da branquidão das montanhas. Para desbravar essas trilhas é necessário ter pelo menos experiência intermediária no esporte e escolher entre três níveis diferentes de altitude e queda vertical. Outras modalidades na neve também são muito procuradas hoje, como o ski randonnée, o ski touring e o ski safari, mas essas exigem um nível mais avançado porque são realizadas fora das pistas demarcadas das estações
O inverno no Hemisfério Norte é também ideal para quem deseja passar as férias em família. Até por isso, os resorts de inverno nunca decepcionam, pois se preparam para receber visitantes de todas as idades. Para os pequenos, a partir de 3 anos de idade, a maioria desses resorts conta com escolas de esqui que são perfeitas para dar os primeiros passos no esporte, preparadas para atender tanto crianças e adolescentes quanto adultos. Essa é uma tradição que teve início ainda no século 18, quando o esqui passou a ser considerado uma atividade de lazer.
Se você é fã de aventura e emoção, experimente deslizar na neve de qualidade desses destinos que prometem se destacar na próxima temporada de inverno
SUÍÇA
Gstaad e Zermatt
Quando a neve começa a cair na Europa, a Suíça passa a ser um dos lugares mais procurados por esquiadores do mundo todo pela tradição das suas estações de esqui. O charme alpino de Zermatt tem um toque especial: a presença constante do Matterhorn, um dos maiores cartões-postais do Velho Continente. O clima de vila de montanha é percebido na delicadeza da arquitetura e nas charretes, que substituem os carros, proibidos no local. O conforto também não é deixado de lado: além do fácil acesso de trem a Zermatt, os lifts para as pistas se modernizam mais e mais a cada ano. No alto das montanhas, 360 quilômetros de pistas de esqui, algumas delas acessíveis o ano todo.
Uma das mecas do esqui no país, o vilarejo de Gstaad tem chalés típicos que parecem ter sido pintados no cenário campestre de montanhas verdejantes. Com ótima oferta hoteleira, Gstaad ganha glamour na temporada de neve. É quando celebridades se misturam aos anônimos no centro exclusivo para pedestres, onde fica a rua comercial mais curta da Suíça. No inverno, esse badalado centro de esportes disponibiliza nada menos que 47 teleféricos para conectar os visitantes a mais de 220 quilômetros de pistas de esqui com altitude de até 3 mil metros. A área de Rinderberg Ronda, por exemplo, engloba três montanhas e vales. Por lá, o esqui noturno – com as montanhas de neve iluminadas por holofotes – é atração em determinados períodos do ano. À noite, a programação pode ser complementada por experiências gastronômicas e música em diferentes bares e restaurantes.
Itália
Cortina D’Ampezzo, Dolomitas
A beleza rara dos seus cenários deu às Dolomitas o título de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. A região abriga um gigante complexo de esqui, a Dolomiti Superski Area, união de 12 resorts que totalizam cerca de 1,2 mil km de pistas que podem ser acessadas com apenas um ski pass. Chamada de “Rainha das Dolomitas”, Cortina d’Ampezzo é um resort encantador e oferece uma experiência de neve verdadeiramente alpina. A área de esqui de Cortina está dividida também em várias montanhas diferentes, como Col Drusciè, Tofane e Pomedes, e é acessada por elevadores que começam um pouco fora da cidade. Isso propicia muito esqui nos bosques mais abaixo e algumas pistas abertas mais difíceis no topo. Foi lá que eu pratiquei o ski safari.
Não se trata de tentar avistar ursos polares ou outros animais invernais com esquis nos pés, mas de locomover-se em meio às várias estações vizinhas. Todas as noites dorme-se num lugar diferente, os chamados albergos – tradicionais hospedarias familiares com um bom restaurante no térreo e, na parte de cima, quartos simples, sem grandes sofisticações. Para facilitar, existe um serviço de logística que leva as malas de lodge em lodge. Sempre na companhia de um bom guia, elabora-se um plano para o dia seguinte, com uma meta de destino para o alojamento. Caso não se chegue até lá, é possível completar o trajeto por estradas vicinais. O roteiro é recomendado para todos, inclusive grupos de esquiadores de níveis diferentes. Assim, pode-se ter uma perspectiva bem ampla de vários lados da montanha.
Japão
Niseko
Destino que entrou há algum tempo no radar dos amantes de neve, Niseko, na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, ainda é uma surpresa para os brasileiros. Se você nunca ouviu falar nessa estação, saiba que ela é informalmente chamada de “Aspen japonesa” ou “St. Moritz japonesa”. E o que isso significa? Esses dois resorts, nos Estados Unidos e na Suíça respectivamente, são reconhecidos pela ótima infraestrutura hoteleira e pela ampla rede de meios de elevação na montanha.
A neve começa a cair cedo nas montanhas do norte do Japão e já em novembro Niseko mostra por que é um dos principais destinos de esportes de inverno do país. Com 47 quilômetros de pistas divididas em quatro áreas, o resort de esqui é conhecido por ser adequado para quem ainda está iniciando e não tem tanta familiaridade com os esportes de inverno, mas também para os mais experientes, tanto em esqui quanto em snowboard. Para completar, a região é repleta de onsens – piscinas termais com águas naturalmente a 25º C – em meio ao horizonte branquinho. Além das pistas de esqui convencionais, há tours guiados por áreas de cross country, em pistas mais “selvagens”, visitadas ainda por poucos.
Estados Unidos
Aspen Snowmass, Jackson Hole e Deer Valley
É difícil bater os Estados Unidos quando o assunto é diversão e emoção na neve. A qualidade das pistas e a perfeita infraestrutura das estações são garantia de se ter o melhor dos esportes de inverno – tudo isso acompanhado por sofisticação e alta qualidade de serviços em resorts que são ideais para toda a família. No Colorado, por exemplo, os viajantes encontrarão em Aspen Snowmass um complexo que abriga nada menos do que quatro estações de esqui, cada uma com características próprias. O destaque é a Aspen Mountain (também conhecida como Ajax), a mais badalada estação da América, destinada a esquiadores mais experientes.
A vila herdou a charmosa arquitetura do século 19, quando o local era uma área de mineração de prata. Snowmass encanta com seus trajetos de diferentes níveis de dificuldade, para esquiadores mais experientes e também para iniciantes, e por ter ótimos atrativos fora da neve, como o novo Snowmass Base Village, com rinque de patinação no gelo e parede de escalada. Aqueles que ainda não têm muita intimidade com os esportes de neve (e que estejam com crianças pequenas) não podem deixar de conhecer a montanha Buttermilk, com muitas pistas fáceis e um espaço com aulas de esqui para crianças chamado The Hideout.
Deer Valley, Utah, só permite um número bem limitado de visitantes diários em seus 820 hectares de área esquiável, o que deixa suas mais de cem pistas bem tranquilas. Trata-se de um local com excelentes pistas para esquiadores de nível intermediário: na rota batizada de Star Gazer, por exemplo, o público desliza por uma encosta com linda vista das montanhas de Utah. Na região também fica o resort Park City Mountain, com quase 3 mil hectares de área esquiável, mais de 340 pistas e aproximadamente 40 meios de elevação.
Outra ótima opção é Jackson Hole. Situada no coração das Montanhas Rochosas de Wyoming e imersa na aura do Velho Oeste, Jackson Hole é reverenciada como um ícone entre as estações de esqui dos Estados Unidos, proporcionando uma experiência que encapsula a essência de uma abordagem moderna e autêntica do inverno. A reputação do resort não se deve apenas às suas desafiadoras pistas, mas também à atmosfera única que permeia as encostas das montanhas do Grand Teton e da aconchegante vila, com restaurantes, lojas, hotéis e atrações em área exclusiva para pedestres.
FRANÇA
Courchevel e Méribel
A região de Les Trois Vallées não só é a maior área esquiável do mundo como também é a que mais oferece espaço para os pequenos. Em Courchevel há mais de 300 pistas dos mais diferentes níveis atendidos pelo mesmo ski pass, tornando-se um desafio repetir trajetos para descer as montanhas. O certo é que quanto mais alto se está em Courchevel, maior o nível de sofisticação, com lojas de grife, restaurantes estrelados e serviços impecáveis de hospedagem. A sofisticação também aparece no esqui: além de praticamente todos os hotéis oferecerem acesso ski-in/ski-out, os meios de elevação e a neve são de altíssima qualidade, e instrutores particulares ficam à disposição para uma experiência inesquecível. Isso tudo porque Courchevel foi totalmente planejada e construída para esquiadores dos mais exigentes.
Ainda não tão conhecida pelos brasileiros, Méribel tem uma variedade de atmosferas. Sua localização central, ladeada pelos resorts Courchevel e Val Thorens, oferece acesso privilegiado a toda a área, o que possibilita ao visitante explorar uma variedade de cenários pitorescos. Em números, o resort soma 150 quilômetros de pistas, com cobertura de neve de alta qualidade durante todo o inverno. A maior parte delas é indicada a esquiadores intermediários. Cerca de 85% da área de esqui está acima de 1,8 mil metros; a zona mais alta, o cume do Monte Vallon, fica a 2.952 metros. A estação também oferece patinação no gelo, passeios a cavalo, tobogã, passeios de trenó e o complexo de piscinas do Parque Olímpico, construído em 1992.
TERESA PEREZ INDICA
Reserve com a Teresa PerezOnde Ficar
The St. Regis Aspen, Aspen Snowmass:
Situado na base da Aspen Mountain, o hotel coloca o hóspede muito próximo aos principais meios de elevação da estação e com fácil acesso ao centrinho da vila, com suas lojas grifadas, restaurantes charmosos e diversidade de atrativos para o après-ski. Nos ambientes, espere por um projeto de interiores recentemente renovado, que acena para a tradição de Aspen, e toques de design contemporâneo, incluindo as suítes com vista para a montanha e itens de mobiliário com assinatura Ralph Lauren.
Cheval Blanc, Courchevel:
Do design das acomodações às boutiques Dior e Louis Vuitton em um hotel repleto de obras de arte, tudo no Cheval Blanc induz ao requinte e ao conforto. No Le 1947, restaurante com duas estrelas no Guia Michelin, o ambiente é contemporâneo e os pratos clássicos são assinados pelo chef Yannick Alléno. No spa, os tratamentos são renovados a cada temporada, com produtos exclusivos do Cheval Blanc. A piscina aquecida de borda infinita é o complemento perfeito.
Rosa Alpina, Dolomitas:
No charmoso vilarejo de San Cassiano, o aconchegante Rosa Alpina mantém um padrão de serviço extremamente cortês e discreto. Suas acomodações combinam o glamour dos hotéis de inverno com a descontração dos destinos de verão, fatores que se somam à vasta gama de atividades disponíveis na região para garantir diversão a toda a família. A especialidade do restaurante St. Hubertus, chefiado por Norbert Niederkofler e com duas estrelas no Guia Michelin, são os pratos de inspiração nos Alpes.
The Alpina Gstaad, Gstaad:
No topo de uma colina, a propriedade preza pelo quiet luxury, com apenas 56 quartos e suítes, duas espaçosas residences, um jardim de inverno projetado por Jean Mus e uma bela coleção de arte. Em contraponto, sua inauguração, em 2012, marcou um verdadeiro acontecimento: foi o primeiro hotel de luxo a abrir as portas em Gstaad em quase um século.
Higashiyama Niseko Village, a Ritz-Carlon Reserve, Niseko:
O novo Higashiyama Niseko Village usa o cenário alpino das Montanhas Niseko para oferecer uma conexão total com a natureza. Suas apenas 49 acomodações, projetadas como um convite a conhecer a beleza da natureza, têm janelas do chão ao teto com vistas para os montes Yotei e Niseko Annupuri e decoração que combina as estéticas clássica e contemporânea.