A HOTELARIA ENCONTRA A ARTE

Que tal tomar o café da manhã na companhia de obras icônicas de Andy Warhol, Matisse, Botero ou Van Gogh? Ou encontrar um Picasso em pleno spa? Se museus e galerias de arte fazem parte das suas prioridades de viagem, há muito o que celebrar: o universo artístico invade cada vez mais a hotelaria, em encontros frutíferos que muitas vezes levam obras fascinantes à sua própria suíte.

Dining Room no Six Senses Douro Valley Divulgação

A arte tece histórias visuais e é capaz de elevar significativamente a conexão entre hóspedes e destinos.

Cuidadosamente integrada ao design, à arquitetura e às operações cotidianas da hospitalidade, a arte tece histórias visuais e é capaz de elevar significativamente a conexão entre hóspedes e destinos. Curada com propósito, deixa de ser apenas mera decoração e traz mais profundidade às experiências de viagem – inclusive envolvendo hóspedes com a comunidade local e a história de cada lugar.

É o caso, por exemplo, do Six Senses Douro Valley, em pleno vale do Rio Douro, em Portugal. Ali, hóspedes têm frequentemente a chance de bater papo com a delicada artista residente em workshops sobre a tradicional pintura de azulejos portugueses.

Nos espaços comuns, são marcantes as coleções de arte contemporânea e vintage, fotografias e obras ligadas a reciclagem e sustentabilidade – inclusive uma imensa instalação do artista local Jesper Anderson, feita com ferramentas antigas e perfeita para ser apreciada entre uma taça de vinho do Douro e outra de Porto.

Art wall e, ao lado, sala de jantar e parede de azulejos do Six Senses Douro Valley Divulgação

HOTÉIS-MUSEU

Por meio da arte, a hotelaria é capaz de promover um entendimento mais amplo e imersivo da cultura local – e, frequentemente, com deliciosas pitadas de romantismo.

High Lobby do St Regis Roma Divulgação

Não à toa, a Roma dos apaixonados há tempos é cenário perfeito para essas imersões no universo da arte – seja nos acervos clássicos e impressionantes de hotéis como Rome Cavalieri by Waldorf Astoria (com obras de Henri Vollet, Nicolas Tournier e Andy Warhol, além de tapeçarias, móveis raros e bustos de mármore e bronze), seja de maneira transgressora, como propõe o The St. Regis Rome, mesclando tetos adornados com afrescos de Mario Spinetti com ousadas criações contemporâneas da Galleria Continua.

Silo Room do hotel The Silo, na Cidade do Cabo, África do Sul Divulgação

Também não são raros os hotéis que andam ganhando status de arte por si mesmos. Alguns têm os próprios edifícios transformados em gigantescas obras de arte, como o Silo Hotel, anexo ao Museu Zeitz, na Cidade do Cabo, com direito a galeria de arte subterrânea; o Azulik, em Tulum, principal financiador do museu de arte contemporânea SFER IK; e o futurístico Vik Chile, genialmente projetado por Frank Gehry e Richard Serra.

Living room do hotel Bahia VIK, Uruguai Divulgação

PAIXÃO GLOBAL PELA ARTE

Redes e associações hoteleiras também desenvolveram programas próprios de estímulo à imersão no mundo da arte em suas propriedades. A Hilton criou o programa Art Stays Here, incentivando fusões da arte com a hotelaria que vão da suíte dedicada a Gray Malin no Hotel del Coronado, Curio Collection by Hilton, às mais de 2 mil obras expostas (como uma impressionante pintura de Sol LeWitt com 13 andares de altura!) e mostras de arte rotativas do The Conrad New York.

A Rosewood Hotels and Resorts apostou em linha semelhante e criou o programa Rosewood PlaceMakers para reforçar o compromisso cultural de seus hotéis com os destinos nos quais estão inseridos. No idílico Las Ventanas al Paraíso, em Los Cabos, obras de arte (com destaque para o artista mexicano David Luna) e tradições de design centenárias acrescentam emoção e romance à estadia.

Hallway Art no Rosewood São Paulo; Ananda Nahu/Divulgação

No Rosewood Hong Kong, a coleção privada inclui escultura de Henry Moore e criações aladas de Damien Hirst. Para o Rosewood São Paulo, são mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros espalhadas pela propriedade, incluindo diversos trabalhos produzidos exclusivamente para o hotel (que conta ainda com um Art Concierge).

Para o grupo Four Seasons, o Four Seasons Hotel Miami foi o precursor ao levar obras de arte para dentro do hotel. Hoje, sua coleção de arte contemporânea reflete imensamente as influências latinas da cidade, com assinaturas de 35 artistas diferentes – como Fernando Botero e Vik Muniz. Enquanto isso, propriedades clássicas do grupo na Europa, como Four Seasons Hotel Firenze e Four Seasons Hotel Milano, na Itália, têm algumas suítes e espaços especiais adornados com afrescos espetacularmente restaurados.

Living Room no Four Seasons Miami Divulgação

Já a luxuosa The Living Circle, na Suíça, aposta sem medo no mix entre o clássico e o contemporâneo em suas românticas propriedades em Zurique e às margens do lago homônimo.

Quarto no Four Seasons Florence Divulgação

Em alguns casos, como no The Buech, é possível almoçar e jantar na companhia de obras de gênios como Matisse, Basquiat, Warhol e Gauguin dispostas lado a lado – caprichosamente entre arranjos de flores e velas e com vista panorâmica para montanhas, vinhedos e lago. Para romance nenhum botar defeito.

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