Inclusive nas várias casinhas coloridas que normal-mente eram casas de mercadores e bordéis e agora abrigam dezenas de restaurantes e cafés. Para se locomover, o visitante pode contar com bons passeios de bicicleta, o principal meio de transporte dos moradores e também dos turistas na cidade. Só na região central há quase 600 mil bicicletas, número maior do que o de habitantes, e a estrutura de ciclovias de 400 quilômetros é muito bem preparada, ampla e bem sinalizada.

SURPRESA PARA AS CRIANÇAS

Copenhagen é, sem sombra de dúvidas, uma das cidades mais kids-friendly em que já estive, com muitas áreas verdes e programas voltados às famílias. O Tivoli Gardens é um famoso parque de brinquedos, construído em 1843, e que ainda combina sua essência original com a modernidade dos novos tempos. Sua importância é tamanha que até mesmo Walt Disney se inspirou no conceito Tivoli. Lojas da Lego estão por toda parte na cidade – e não poderia ser diferente, já que a história dos famosos blocos teve início em 1932, quando um humilde carpinteiro dinamarquês começou a fabricar carrinhos de madeira artesanais para seu filho brincar, e acabou originando uma das maiores marcas de brinquedo do mundo.

O ESSENCIAL

Impossível não se encantar como Castelo de Frederiksborg, o maior da Escandinávia e também sede do Museu de História Nacional dinamarquês, que abriga autênticos tesouros artísticos. A fortaleza está localizada em Hillerød, a 40 quilômetros de Copenhagen, e sua construção levou cerca de 70 anos para ser concluída. A beleza da capela e do estonteante jardim impressiona já no primeiro olhar. Outro destino imperdível é o Museu de Arte Moderna Lousiana, cujo acervo inclui artistas renomados, como Calder, Modigliani, Warhol, Yves Klein, Lichtenstein, David Hockney, além de um jardim de esculturas. Também vale a visita ao Museu Nacional da Dinamarca, que disponibilizamais de 250 mil peças entre obras de arte e artefatos da Era do Gelo. Para um olhar geral, há um passeiode barco que sai de Nyhavn e passa por diversos pontos importantes da cidade, como o edifício histórico Børsen, sede da Bolsa de Valores, e o Palácio de Amalienborg, residência oficial da rainha Margrethe II, que também abriga um museu. O percurso contempla vistas da Academia Real de Belas Artes da Dinamarca, do Palácio de Charlottenborg, com seu belo estilo barroco, da Opera House eda Black Diamond Library.

A rua mais famosa de comércioé a Strøget, onde estão todas as marcas high end. A belíssima loja de três andares da Royal Copenhagen merece uma visita para ver de perto a emblemática porcelana da realeza, que ao longo dos anos foi atualizando sua linha e lança continuamente modelos bem modernos. Ali também fica uma imensa loja de departamentos, a ILLUM, um mix de design, decoração e moda. No rooftop há um café com uma vista espetacular e ainda um andar gastronômico com muitas opções de restaurantes charmosos para um almoço ligeiro. No subsolo, um food market desses que fazem a gente desejar um contêiner de delícia spara levar para casa. Inaugurado recentemente, o Camp Adventure Forest Tower é um programa superdiferente, a 75 quilômetros do centro da cidade. A construção tem 135 metros de altura acima do nível do mar e uma vista estonteante de 360 graus em meio a uma floresta.

A cidade também é reconhecida mundialmente por sua alta cenagastronômica, com chefs estrelados e mesas disputadíssimas pelos foodies que visitam Copenhagen em busca de experiências únicas. Os famosos restaurantes Geranium e Alchemist disputam importantes prêmios internacionais. Voltei encantada pelo Smørrebrød, um sanduíche aberto feito com um pão escuro, o rugbrød, e diversos tipos de recheios, de comer rezando. Para harmonizar com esse famoso prato, o Aquavit cai muito bem. Destilado de origem escandinava, é feito de batatas, cereais e ervas aromáticas. Outro destaque na culinária local é a carne de porco. A Dinamarca possui 30 milhões de porcos, cinco vezes o número de sua população, que beira os 6 milhões de habitantes. A carne é ultramacia, leve e sem gordura.

DESIGN QUE ACOLHE

O design, elemento muito forte em todos os países escandinavos, é caracterizado pela funcionalidade, simplicidade e minimalismo. A paleta de cores é sempre em tons neutros, o que valoriza a iluminação natural dos espaços. Toda a estrutura utiliza muita madeira em tons claros, tornando os ambientes extremamente acolhedores e receptivos. Uma profusão de velas ilumina todos os ambientes, lojas, restaurantes e residências, mesmo durante odia. Lá, utiliza-se muito a expressão “hyggie” – que, como a nossa palavra “saudade”, não se traduz ao pé da letra. A palavra mais próxima seria aconchego, mas, muito mais do que isso, é realmente um estado de espírito. É chegar em casa, colocar uma roupa quentinha, acender velas e deixar tudo muito caloroso e aconchegante. Você percebe esses detalhes e carinho em todos os ambientes, e a sensação de acolhimento é contagiante! Quando fui arrumar minha mala, notei o quanto essa cultura me envolveu: comprei mantas, almofadas, dezenas de velas coloridas e objetos lindos para casa. Além das lembranças mais hyggie da vida, trouxe de volta comigo um enorme encantamento pela cidade, pela cultura, pela qualidade de vida e pelos valores dinamarqueses. E também, claro, a vontade de voltar e de recomendar o destino a todos que tenham a chance de visitá-lo.

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