
O místico arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, é um desse lugares.
Com praias saídas de um devaneio tropical e uma trajetória entrelaçada ao comércio de especiarias — tanto que já foi conhecida como Ilha das Especiarias —, agora transita numa mistura afroárabe capaz de seduzir os olhares mais desatentos com sua aura única. O encantamento vai das ruelas labirínticas de Stone Town, o coração histórico e cultural da ilha, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, às águas azul neon de sua costa enfeitada de corais. Entre aromas de cravo e cúrcuma, goles energéticos de chá de gengibre, chamados do muezim, mulheres em trajes islâmicos coloridos e o som melancólico do taarab, é o idioma suaíli que dá o tom.
É provável que a expressão Hakuna Matata já tenha chegado aos seus ouvidos. Significa “sem problemas”, na língua africana, e ficou famosa com o filme da Disney, O Rei Leão. Ao pisar no país, esse mantra reverbera a filosofia de aproveitar a beleza do momento presente e deixar as preocupações de lado.

Zanzibar também foi a terra natal de Freddie Mercury, a voz da banda Queen, e o museu está lá para contar a história do astro. Ao norte de Unguja, a ilha principal do arquipélago, popularmente chamada de Zanzibar, as praias de Nungwi e Kendwa impressionam pelo cenário paradisíaco contornado por bancos de areia. Os dias por ali se passam entre ombrelones e espreguiçadeiras. A vibe é de descanso em meio ao vaivém da vida local. É onde repousa o hotel Kilindi, criado originalmente por um dos integrantes do grupo ABBA.
Ao entardecer, os dhows — veleiros fabricados com mogno africano e usados para pesca — enfeitam o horizonte alaranjado enquanto músicos locais, beach boys e apresentações de acrobacia se encarregam do entretenimento. Para quem busca exclusividade total, a Ilha de Mnemba, a 4 quilômetros da costa, entrega o auge da sofisticação despretensiosa. O lodge é um refúgio de isolamento pé na areia. Se o que você quer é uma ilha só para você, achou.

No fim das contas, Zanzibar é um sussurro do passado que deságua no presente. É uma experiência que se sente na pele, no cheiro das especiarias, no contato estreito com a natureza, na sombra dos baobás, no barulho das ondas, no rastro dos sultões de Omã e nos sorrisos contagiantes que abrem o caminho. É um destino dos sonhos mergulhado no infinito azul do Índico.
TERESA PEREZ INDICA
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Kisawa Sanctuary
Se existe um paraíso secreto na Tanzânia é o Atol de Mnemba. E foi exatamente nessa ilhota localizada a 4 quilômetros da costa nordeste de Zanzibar que nasceu o refúgio mais romântico e exclusivo da região, com apenas 12 “bandas” rústico-elegantes à beira-mar. Cada uma delas mimetiza uma concha plantada na sombra de uma pequena floresta de pinheiros. Chaves, não têm. Sapatos, não são necessários. Ali o conceito de barefoot luxury atinge sua máxima potência, ao ser atrelado ao cuidado com o meio ambiente. Nada de televisão ou distrações desnecessárias. Tudo que for preciso estará incluído na diária, desde mordomo, minibar completíssimo, refeições e lavagem de roupas até mergulho de profundidade. Aliás, um encontro imperdível com peixinhos de todas as cores, tartarugas e, quem sabe, golfinhos.
Elewana Kilindi
Esse hotel-boutique se espalha por 20 hectares de jardins tropicais, no alto de uma colina da costa noroeste da Ilha de Zanzibar, de frente para a famosa Praia de Kendwa. Foi construído por Benny Andersson, um dos membros do grupo sueco de música pop ABBA. Tem forte conexão com a cultura local, uma vez que está debruçado sobre um vilarejo de pescadores. Isso pode ser percebido facilmente durante as refeições, que incluem frutos do mar frescos preparados com abundância de especiarias. Os 15 bangalôs de cúpulas brancas foram inspirados na arquitetura árabe minimalista e são verdadeiros oásis de tranquilidade. Todos têm piscinas privativas e chuveiros externos. O pôr do sol acontece entre o vaivém dos dhows e o recolher da comunidade local.