
Ali a serenidade do Oceano Índico ecoa por milhas e milhas sem se encontrar com os ruídos da vida moderna.
A mão da natureza nunca foi tão caprichosa. Plantou o Arquipélago de Bazaruto no canto mais deslumbrante do Oceano Índico e enfeitou o mar com uma miríade de cores. Um lugar onde o azul do oceano não é apenas um detalhe óbvio, e sim a alma de uma paisagem que parece flutuar entre o céu e a terra, indiferente aos tons acinzentados que eventualmente sacodem o país. Pois foi com essa “pintura” que a costa de Moçambique despontou como hit africano.
Bazaruto é o nome tanto do arquipélago como da maior das cinco ilhas (possui 35 km de comprimento por 7 km de largura), juntamente de Benguerra, Magaruque, Bangue e da pequenina Santa Carolina, onde Bob Dylan ficava longos períodos hospedado e onde compôs a música “Mozambique”. Por ter um ecossistema riquíssimo, o local foi declarado Parque Nacional, em 1971.

Diretamente do aeroporto de Vilanculos, a ligação até os melhores hotéis da região é feita de helicóptero. O voo revela uma obra de arte que desafia as descrições. As águas têm uma clareza quase sobrenatural, alternando entre tons azul-turquesa, verde-esmeralda e dourado — reflexo das dunas e dos bancos de areia que emergem como esculturas moldadas pelo vento e pelos suspiros da maré. A beleza atravessa a linha d’água e revela corais vibrantes povoados por cardumes multicoloridos, tartarugas, golfinhos e, para aqueles que têm sorte, dugongos — criaturas quase míticas (primas do peixe-boi) que deslizam pelo oceano como um segredo do Índico. Tive sorte.
Nesse cenário de beleza desconcertante está o Kisawa Sanctuary, um refúgio ultraexclusivo, na Ilha de Benguerra, que veio ao mundo para redefinir o conceito de luxo, incorporando não apenas conforto e sofisticação como também uma tremenda integração à paisagem natural.

Tanto que o hotel foi projetado para “desaparecer” na natureza ao mesmo tempo que eleva a estadia a um nível quase transcendental. Pertinho dali, na Ilha de Bazaruto, é o Anantara que rouba a cena e dialoga com a cultura local ao se espalhar por uma imensa praia de areia branca que acolhe o vaivém da comunidade.
A população gira ao redor de 3 mil pessoas. Eles são simpáticos e têm o português como idioma oficial — o que facilita a comunicação com os brasileiros —, mesmo que no país se falem mais de 20 línguas. No fim, o que o Arquipélago de Bazaruto oferece é a oportunidade de voltar ao essencial. De escutar o som do vento. De andar de pés descalços. De viver o “aqui e agora”.
TERESA PEREZ INDICA
Reserve com a Teresa PerezOnde Ficar
Kisawa Sanctuary
Uma combinação de oito residências de um, dois, ou três bangalôs impecáveis, espalhadas por 300 hectares da Ilha de Benguerra, que traduz o propósito de unir a natureza selvagem com o bem-estar. Para circular pela propriedade cada suíte tem o próprio Mini Moke, um jipe elétrico que pode ser dirigido pelo hóspede ou pelo mordomo. Para confirmar a hospitalidade personalizada, já na chegada sua playlist favorita o recebe. No mais é decupar o mar, curtir sua praia particular, seu deque ao ar livre com piscina de borda infinita, seu bangalô estupendo, sem deixar de fora o premiado spa e os restaurantes maravilhosos.
Anantara Bazaruto
Um resort rústico-chique, na Ilha de Bazaruto, localizado a 30 quilômetros da costa de Moçambique. Suas 44 villas são amplas e confortáveis, e foram cuidadosamente projetadas com o aproveitamento de elementos naturais — algumas têm piscina privativa. A gastronomia privilegia os frutos do mar trazidos pelos pescadores da comunidade local. Aliás, os moradores da ilha têm papel importante na vida do resort, em atividades como sandboard, piquenique nas dunas, mergulho, pesca e passeio de barco. Destaque também para o spa posicionado no alto de uma colina, com vista de 360 graus.