Apesar das contínuas metamorfoses ocorridas nas últimas duas décadas, que remodelaram a paisagem urbana em uma dança frenética, o Camboja ainda conserva sua essência sedutora e enigmática.
Basta um olhar mais atento para ver os personagens desse mundo perdido no tempo despontarem na paisagem: barcos de pesca que atracam em Phnom Penh com a preciosa pesca do dia; monges em vestes laranjas que incendeiam as magníficas muralhas milenares de Angkor Wat; ilhas esquecidas do Rio Mekong, verdadeiros paraísos intocados; condutores de riquixás deslizando impassíveis pelas ruas da capital, como a brisa efêmera de um mundo convalescente, suspenso no imaginário das nossas mais belas e instigantes concepções do Camboja.
A visita ao Camboja é um presente indescritível para quem tem a oportunidade de caminhar em silêncio por seus templos misteriosos, integrados à floresta ancestral. É a força imperiosa da natureza misturada ao passado místico e enigmático de uma civilização perdida.
Os impressionantes templos de Angkor são a herança mais forte da poderosa civilização Khmer. Hoje liberto, o admirável povo cambodiano tem o olhar doce, resignado e obstinadamente voltado para o futuro.