Para os colecionadores e amantes das artes, São Paulo sempre foi um lugar de vanguarda, afirmação de identidades e descolonização. É isso que se vê em algumas galerias da cidade, que mostram o que o Brasil vem produzindo de mais instigante na arte contemporânea.
Em vez de uma representação eurocêntrica, a busca pela autenticidade dá o tom. Existe uma nova emergência do Brasil dentro do Brasil, uma representatividade mais fidedigna de sua história e dos recortes raciais e sociais que nos forjaram.
Um dos nomes mais interessantes para falar sobre o atual panorama artsy brasileiro e essencialmente paulistano é a curadora Carollina Lauriano, hoje uma das maiores referências no meio artístico nacional. Curadora adjunta da 13ª Bienal do Mercosul e membro do comitê do Soho House, ela própria é produto de uma mudança de chave no mercado de arte. Se o momento é de implodir com as “bolhas”, ela mesma fez esse movimento. Arte feminista, negra, originária, arte trans ou de gênero, isso é o que ela ajuda a revelar – embora questione essas terminologias por terem um caráter reducionista. A nosso pedido, Carollina indicou sete galerias na cidade que podem ser consideradas uma boa mostra do que o Brasil vem produzindo de mais interessante no campo da arte contemporânea.
Leia uma entrevista exclusiva com Carollina Lauriano
1. Central Galeria
Sob a direção de Fernanda Resstom, representa artistas cujas poéticas orbitam o universo da arquitetura e exploram a relação entre sujeito e paisagem urbana sob uma perspectiva decolonial.
“Tem um mix interessante entre artistas jovens e já estabelecidos que têm um viés experimental. Com um programa politizado, olha para o novo, mas com o conceito de discutir questões contemporâneas.”
centralgaleria.com
2. Galeria Estação
Inaugurada por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, promove a produção de arte brasileira não erudita. Seus artistas compõem acervos da Pinacoteca, do Masp, Museu Afro Brasil, MAM, entre outros.
“Olha para uma arte que ficou por muito tempo relegada como artesanato, trazendo artistas não acadêmicos para o circuito contemporâneo.”
galeriaestacao.com.br
3. GDA
Gerida por Bruno Baptistelli e Carolina Cordeiro, é focada em práticas experimentais e conceituais de artistas brasileiros que não são nem tão emergentes nem tão estabelecidos.
“É uma galeria superinteressante por ser independente e fugir da lógica elitista, criando uma relação de mais proporcionalidade [para melhor reconhecer o artista financeiramente] e trazendo discussões a partir de pontos de vista que não são comerciais a priori.”
gdartistas.com
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4. GDA
Fundada em 2020 – em meio à pandemia – pela artista multimídia Igi Lólá Ayedun, a Hoa tem uma proposta disruptiva que confronta a indústria cultural a partir de uma perspectiva decolonial afro-latino-americana.
“A HOA é um marco da arte contemporânea do Brasil, uma galeria black-owned em um país cuja maioria da população é preta e no qual a ocupação de espaços simbólicos é totalmente desproporcional. Traz uma discussão ampliada, não só falando de raça, mas de interseccionalidades, não binarismo, gênero neutro e de um futuro que a arte contemporânea não alcançou.”
hoatour.art
5. Martins&Montero
Criada em 2024 a partir da fusão de duas galerias já consolidadas, Sé e Jaqueline Martins, fomenta trocas entre diferentes gerações e distintas perspectivas culturais. A galeria tem espaços em São Paulo e Bruxelas.
“Tem um olhar que privilegia o exercício artístico, com um programa muito voltado para artistas que têm um ponto forte no conceito e experimento.”
martinsemontero.com
6. Mendes Wood DM
A Mendes Wood DM foi fundada pelos sócios Felipe Dmab, Matthew Wood e Pedro Mendes. Tem unidades em São Paulo, Nova York, Bruxelas e Paris, exibindo o trabalho de artistas brasileiros e internacionais em um contexto que propicie o diálogo crítico e o que chamam de polinização cruzada.
“Vem ao longo do tempo se firmando como um dos grandes players do mercado nacional e internacional e faz um intercâmbio colocando a arte brasileira em uma discussão global ao mesmo tempo que traz outras referências artísticas para cá.”
mendeswooddm.com
7. Verve Galeria
Representa artistas jovens e consagrados que transitam livremente entre pintura, performance, desenho, fotografia, escultura e gravura. A eloquência e a sutileza (na raiz do termo Verve) orientam a seleção de artistas e projetos expositivos.
“É uma galeria jovem, com programa que olha para questões de identidade, com artistas que têm uma discussão contemporânea e viés identitário forte.”
vervegaleria.com
TERESA PEREZ INDICA
Reserve com Teresa Perez CollectionOnde Ficar
Palácio Tangará
Um oásis em plena cidade de São Paulo: assim é o Palácio Tangará, projetado em meio aos jardins do Parque Burle Marx. Um dos destaques do hotel é a sublime gastronomia, assinada pelo chef Jean-Georges Vongerichten. Para total desconexão na metrópole, não há lugar melhor que o Flora Spa by Sysley.
Rosewood São Paulo
A primeira propriedade da Rosewood Hotels & Resorts na América do Sul revitalizou um edifício histórico transformando-o em um dos mais modernos e sofisticados hotéis do país. Instalado na antiga maternidade Condessa Filomena Matarazzo, tem design surpreendente de Philippe Starck e uma inovadora torre de jardins verticais projetada pelo arquiteto Jean Nouvel.