Conexão humana, acolhimento, descanso, cultura, significado, autenticidade, sintonia com o que se é. Essas são algumas das inspirações que uma viagem em 2026 pode proporcionar e estão no radar de quem busca surpresas em jornadas para se descobrir no mundo.

1. MANITOBA – CANADÁ

Capital mundial do urso-polar

Ursos polares em seu habitat natural, em Churchill. GettyImages

Os arredores da remota Churchill, na província canadense de Manitoba, surpreendem com sua diversidade de vida selvagem. De maio a junho, a observação de pássaros é famosa, com andorinhas-do-mar árticas, corujas-das-neves, mergulhões e grous fazendo a festa. Em julho e agosto, os visitantes são atraídos pelas baleias beluga — mais de 50 mil dessas criaturas migram para a Baía de Hudson e é impossível ficar indiferente a esse capricho da natureza.

Apesar de luminosa diversidade natural, aqueles que atraem todas as atenções, além de terem colocado no mapa essa região pouco povoada, são os ursos-polares. A partir de setembro, eles começam a despertar do período de hibernação: é a chance para realizar um walking safári e observá-los em seu habitat natural. Durante a exploração, você terá a oportunidade de avistar lobos, alces, raposas-vermelhas e até mesmo o raro carcaju. E, embora se diga que a aurora aparece por 300 dias, é nos meses de inverno, de fevereiro e março, que as luzes do norte apresentam seu melhor desempenho celestial.

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2. NAMÍBIA

Emoção e autenticidade

Viajantes se aventuram escalando as dunas de Sossusvlei. iStock/2630ben

Na Namíbia, os cenários não se resumem às savanas, tão presentes em outros destinos da África. Um passeio de balão ao amanhecer sobre Sossusvlei, o deserto do país, revela uma beleza exótica, quase hipnotizante, como um mar de areias vermelhas que em alguns pontos ficam petrificadas e formam dunas de quase 300 metros de altura. Os safáris no país são voltados justamente para a apreciação dessas paisagens quase intocadas, perfeitas para roteiros fotográficos e com uma intrigante vida selvagem adaptada ao deserto e suas condições inóspitas.

Em regiões como Skeleton Coast e Parque Nacional Etosha, encontram-se outras paisagens inspiradoras e animais como leões e rinocerontes-brancos, uma espécie que não é fácil de se avistar em outros lugares, e ainda há chance de ter contato com o povo Himba, que está renascendo para o mundo ao mesmo tempo que mantém seus costumes intactos. Uma experiência de safári emocionante, repleta de autenticidade

3. LENÇÓIS MARANHENSES

Uma nova perspectiva do incontornável hit brasileiro

As hipnotizantes lagoas dos Lençóis Maranhenses. Alexandre Suplicy

Os Lençóis Maranhenses ganharam atenção mundial a ponto de serem reconhecidos como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Nada mais justo para um dos lugares mais estonteantes do Brasil, onde a ação da natureza foi absolutamente precisa. Imensidões de areia fazem o lugar parecer um deserto, mas só parecer. A região é banhada por rios cujas águas evaporam e ajudam a chover de janeiro a maio, formando milhares de pequenas lagoas de águas cristalinas entremeadas por sinuosas dunas de areias brancas que escorregam por uma longa faixa no litoral.

Com a instalação da OIÁ Casa Lençóis na cidade de Santo Amaro, a região também ganhou um inédito projeto de hospitalidade que atravessou fronteiras e fez crescer o interesse e a oferta de experiências para explorar os Lençóis. Uma delas é o trekking elaborado para pequenos grupos, que cruza o Parque Nacional em um roteiro que conecta Santo Amaro e a remota comunidade de Patacas e dá a possibilidade de explorar vilarejos de pescadores, cruzar dunas monumentais, ver paisagens em constante transformação e fazer caminhadas sob o céu estrelado

4. FINLÂNDIA, ISLÂNDIA E NORUEGA

Luzes do norte

A impressionante dança das luzes, na Islândia. iStock/powerofforever

Poucos fenômenos naturais são tão espetaculares quanto a dança das luzes do norte, que pode ser apreciada principalmente no extremo norte do planeta e costuma aparecer em noites de céu claro dos invernos polares. Para viver essa aventura, destinos como Grindavík e Vík, na Islândia, Levi e Rovaniemi, na Lapônia Finlandesa, e Tromso, na Noruega, possibilitam ver o espetáculo natural em áreas isoladas e com pouca poluição de luzes. É altamente recomendável fazer “safáris boreais”, que incluem caçadas na madrugada com veículos 4×4. Vários hotéis oferecem o serviço de wake up call no caso de a aurora surgir. Algumas cabanas com teto de vidro podem ser uma ótima opção para quem quer assistir ao espetáculo debaixo das cobertas

5. ARÁBIA SAUDITA

Inesperada diversidade

Uma imersão na tradição e cultura da Arábia Saudita. Gettyimages/Xavier Arnau

Apontada nos últimos dois anos como tendência de viagem, depois que apostou alto e começou a se abrir para o turismo mundial, a Arábia Saudita é daqueles destinos surpreendentes e instigantes. Aqueles que buscam se aventurar e explorar novas culturas são atraídos pelos vastos desertos e montanhas, mares de águas cristalinas, vales exuberantes e cidades modernas e prósperas, com uma diversidade inesperada de experiências disponíveis — entre elas, seis emblemáticos locais reconhecidos como Patrimônios Mundiais pela Unesco e 10 mil sítios arqueológicos. Na região noroeste do país, AlUla proporciona aos visitantes a chance de viver um dia de arqueólogo.

Em Hegra, o primeiro Patrimônio Mundial destacado no país, os visitantes podem conhecer túmulos antigos, impressionantes formações rochosas naturais, uma infinidade de opções de esportes de aventura e instalações de arte. AlUla é um destino notável em virtude de suas camadas de história humana e da riqueza de maravilhas naturais. Poucos locais têm uma combinação tão rica de patrimônio, cultura e beleza natural, com seus labirintos de formações rochosas, um vale coberto de palmeiras e de pomares de frutas cítricas e paisagens de basalto milenares esculpidas por lava vulcânica. Além da exploração a pé ou em um safári 4×4, pode-se descobrir AlUla do alto, em voos de balão de ar quente, tirolesa ou até mesmo helicóptero.

6. OMÃ

Silent travel

Vista do palácio Al Alam, em Mascate. iStock/monticelllo

Dar alguns passos atrás rumo a um jeito de viajar que inclua ambientes serenos e intenso contato com a natureza, reduzindo o uso da tecnologia na maioria do tempo, se mostra como uma bem-vinda tendência de criar momentos de fuga. A escolha de destinos tidos como remotos pode ser encarada como uma jornada ao nosso eu profundo, com foco — nem que seja por um tempo limitado — em nós mesmos. O “aqui e agora”, portanto, ganha protagonismo. Na costa leste da Península Arábica, Omã se encaixa na lista de lugares para explorar em uma silent travel.

Um país de cultura autêntica e paisagens exóticas, que mescla harmoniosamente belas praias, inóspitos desertos e místicas montanhas. Colônia portuguesa desde o século 16, Omã passou também pelas mãos dos otomanos e dos britânicos para, somente em 1971, declarar definitivamente sua independência. O resultado disso foi sua transformação em um país moderno, um destino que os brasileiros ainda não descobriram em sua totalidade, combinando os valores tradicionais das antigas civilizações com o acelerado progresso que parece não ter fim.

7. NISEKO – JAPÃO

Na neve, todos se divertem.

A tão sonhada snow powder de Niseko. iStock

Destino que entrou há algum tempo no radar dos amantes de neve, Niseko, na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, ainda é uma surpresa para os brasileiros. Se você nunca ouviu falar dessa estação, saiba que ela é informalmente chamada de “Aspen japonesa” ou “St. Moritz japonesa”. E o que isso significa? Esses dois resorts, nos Estados Unidos e na Suíça, respectivamente, são reconhecidos pela ótima infraestrutura hoteleira e pela ampla rede de meios de elevação na montanha.

Quem chega a Niseko para esquiar encontra mais de 40 quilômetros de pistas, que estão distribuídas em quatro áreas distintas e são ótimas tanto para os experts quanto para os que ainda não têm tanta desenvoltura com os esquis nos pés. Além das pistas de esqui convencionais, há tours guiados por áreas de cross country, em pistas mais “selvagens”, visitadas por poucos. Mas nem só de aventura vive o resort de inverno: a região ainda é repleta de onsens, as piscinas termais com águas naturalmente aquecidas a 25º C.

8. RUANDA

Além dos gorilas-das-montanhas

O privilégio de ver uma família de gorilas-das-montanhas, no Parque Nacional dos Vulcões. iStock

Facilmente classificada como imersiva, uma viagem a Ruanda proporciona momentos incomparáveis de contato com a natureza. Um dos países do continente africano que mais pensam na conservação dos seus recursos naturais, encravado entre Uganda, Tanzânia e Congo, Ruanda parece quase adormecida em um território de dramáticas paisagens montanhosas e verdadeiros tesouros na forma de fauna e flora.

Seu principal atrativo, ou pelo menos aquele que fez o país entrar na rota dos safáris nessa parte da África, é o Parque Nacional dos Vulcões, uma cordilheira de vulcões adormecidos, rodeada por florestas densas de bambus que servem de habitat para seus anfitriões mais famosos: os gorilas-das-montanhas. É justamente a chance de observá-los de perto o motivo maior de uma jornada até essa zona do continente.

Outra aventura recomendada é percorrer o Akagera National Park, apreciando a vida selvagem e belas paisagens em game drives pela savana. Já a floresta de Nyungwe, uma das mais bem preservadas da região das montanhas, abriga uma rica biodiversidade e se destaca pelo trekking para observação de chimpanzés.

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9. COREIA DO SUL

Estrela pop

Elementos tradicionais em meio à modernidade pop da Coreia do Sul. GettyImages/Prasit photo

Não é por acaso que temos ouvido falar cada vez mais da Coreia do Sul. Do cinema ao K-pop, passando pela tecnologia de ponta, o país é um dos que se desenvolveram mais rápido e melhor nos últimos 50 anos. Lar de um povo extremamente educado e centrado, guarda surpresas que vão muito além das grandes cidades. Conceitos contemporâneos são frequentemente projetados no patrimônio cultural histórico assim como, inversamente, elementos tradicionais são adicionados aos espaços modernos. Eles servem não apenas como herança cultural preciosa e espaços vibrantes para os coreanos mas também como ponto de partida para os visitantes.

Tamanha diversidade é reconhecida internacionalmente — o país abriga nada menos do que 13 locais considerados patrimônios culturais da humanidade e outros dois listados como patrimônios naturais. A Unesco possui também os programas denominados Patrimônio Imaterial da Humanidade e Memória do Mundo. Na Coreia do Sul existem, respectivamente, 22 e 16 deles. No idioma local, Coreia significa “terras altas e belas”, e essa beleza natural é uma das hidden gems do país asiático. Há quem diga que as mais lindas visões e atrações da nação encontram-se a céu aberto. E outros querem descobrir o que as metrópoles com a cara do futuro têm à mostra.

10. CHINA

Grandiosidade sem limites

Os Guerreiros de Terracota, um tesouro que atravessa os séculos. GettyImages/Danny Lehman

Protagonista nos quebra-cabeças comercial, cultural e político do mundo contemporâneo, a China impressiona em números, legados e influência. Verdadeiro mundo à parte, detém para si muitos dos tesouros da humanidade, como a Grande Muralha e os Guerreiros de Terracota. Uma viagem ao país faz a gente ter certeza de que é impossível ficar indiferente a tantos predicados. Tradições milenares convivem lado a lado com os mais modernos hábitos cosmopolitas, na união de passado e futuro, protagonizados pelo povo mais numeroso e disciplinado do mundo.

Os chineses inventaram o papel, a impressão, a pólvora, e tinham grande talento para poesia, pintura, teatro e cerâmica. Tudo isso pode ser conferido de perto em lugares como Xian, Shanghai, Chengdu, Guilin, Hong Kong e, principalmente, Beijing. A capital, porta de entrada natural do país, com seus mais de 15 milhões de habitantes, possui 7.862 pontos de relíquias históricas e arquitetura antiga, incluindo 2.666 templos e mosteiros. Alguns deles, considerados Patrimônio Histórico pela Unesco, como o Palácio Imperial, a Grande Muralha e a Cidade Proibida, são mais do que obrigatórios em qualquer roteiro.

11. FILIPINAS

Cenários paradisíacos a perder de vista 

Palawan encanta com suas paisagens idílicas. Divulgação/Amanpulo

Para quem deseja sair do óbvio, uma excelente aposta é o arquipélago das Filipinas. Com mais de 7 mil ilhas, o país é como um pedacinho do paraíso na Terra. São praias de areia branca com um mar cristalino, que abriga uma das mais ricas biodiversidades marinhas do mundo. Sua natureza também conquista com verdejantes campos de arroz, vulcões, cachoeiras e enigmáticas cavernas. Um destaque é Pamalican, um refúgio quase intocado localizado em Palawan, perfeito para mergulhadores em busca de exclusividade e repleto de recifes de corais. Raias, tartarugas, peixes tropicais e tubarões de recife — em algumas épocas do ano — habitam esse destino dos sonhos.  

12. YACHTS DE LUXO

Exclusividade em alto-mar

O yacht Ilma, da The Ritz-Carlton Yacht Collection, no Porto de Valetta, em Malta. Divulgação/The Ritz-Carlton Yacht Collection

O mundo das navegações reserva para 2026 roteiros especiais a bordo de yachts exclusivos. A experiência convida o viajante a explorar diversas cidades em paradas icônicas, com todo conforto e comodidade a bordo — incluindo alta gastronomia, suítes com terraços e momentos de puro relax no spa. A The Ritz-Carlton Yacht Collection traz uma imersão no Mediterrâneo, navegando pelos pontos mais emblemáticos da Espanha, incluindo Mallorca, Ibiza e Málaga. Já o Four Seasons Yachts prepara uma viagem que vai conquistar os fãs de marcos da Antiguidade, em um percurso pelas Cíclades, com passagem por Creta e pelas joias da Riviera Turca. Por fim, a Orient Express Sailing Yachts vai desvendar a Provence, navegando de Marselha a Monte Carlo, com parada em Saint-Tropez, a lendária vila da Riviera Francesa.

(Especialistas e colaboradores: Andreza Oliveira, Gabriel Moreno, Giovana Jannuzzelli, Lara Sarkis, Leonardo Mignani, Luciana Dutra, Manoela Andrade, Melissa Oliveira, Miriam Kaibara, Renata Yano e Tatiane Souza)

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